O que a Indústria Pode Fazer Durante a Pandemia?
Yarley Soares
08 de junho de 2021
O coronavírus foi um fator que provocou um grande impacto na economia brasileira como um todo. A grande maioria dos setores enfrentaram recessão e a indústria durante a pandemia não foi diferente.
Desde março do ano de 2020, quando o estado de pandemia foi decretado pela Organização das Nações Unidas (ONU), diversas medidas restritivas foram adotadas pelos governos estaduais para enfrentar o vírus.
O grande objetivo das medidas era retardar a propagação do agente causador da doença covid-19 e que, no Brasil, até a data de escrita deste artigo, já provocou mais de 420 mil mortes.
Para o setor industrial, os impactos já foram sentidos desde os primeiros meses, afinal, a produção teve de ser diminuída e, em muitos casos, paralisada para obedecer ao isolamento social proposto pelos governos dos estados.
Entretanto, o esforço para mitigar os danos da crise foram, desde o início, muito grandes. A transformação digital se mostrou uma saída necessária e uma nova esperança se acendeu para a indústria durante a pandemia.
Neste artigo, falaremos um pouco sobre os impactos causados pelo coronavírus no setor industrial e o que as empresas fizeram para buscar uma transformação e uma retomada mediante o cenário atual.
Como estava a indústria antes da pandemia?
Com a crise econômica que eclodiu no país após 2014, a indústria, como um todo, já se mostrava enfraquecida e apresentava números nada satisfatórios de produção e de crescimento.
Segundo o IBGE, de durante o período entre 2014 e 2017, a receita da indústria brasileira obteve uma queda de 7,7%. Ao todo, foram cortadas mais de 1 milhão de vagas de emprego.
Já em um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em 2014 o Brasil possuía 384.721 unidades industriais, entretanto, em 2018 esse número passou a ser 359.345.
A redução de total 6,6% durante o período representa uma grave crise no setor desde 2014, que se estendeu, inclusive, até o fim de 2019, quando começou a mostrar sinais de retomada.
A indústria durante a pandemia
No último mês do ano de 2019 e nos primeiros de 2020, mesmo sem casos de covid-19 registrados no Brasil, os impactos na indústria já eram percebidos, principalmente com a falta de matéria-prima que viria da China.
A crise sanitária já assolava o país do oriente e, desta forma, impactou todos as nações do mundo que importavam matéria-prima chinesa para a sua atividade industrial.
Já no primeiro trimestre de 2020, a produção industrial já registrava um recesso de 1,4%, quando comparado com o mesmo mês de 2019. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esta queda acompanhou o PIB brasileiro como um todo, já que a queda deste indicador foi de 1,5% no mesmo período. Os setores da indústria mais afetados foram:
- Indústria extrativa: -3,2%;
- Construção civil: -2,4%;
- Indústria transformativa: -1,4%.
Situação dos empregos na indústria
Apesar da crise ter impactado consideravelmente a indústria durante a pandemia, um esforço geral das empresas para priorizar a manutenção do emprego dos seus colaboradores foi registrado.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 66% das empresas não demitiram funcionários por conta da crise. Isso que 74% das empresas entrevistadas relataram terem sido impactadas pela pandemia.
Os dados são do primeiro semestre de 2020, quando os impactos causados pelas medidas restritivas foram ainda maiores. Ao todo, 82% das indústrias registraram baixas no faturamento.
A preocupação dos empresários com o cenário instaurado
Além dos impactos econômicos, as empresas ainda sofreram com baixas de funcionários, infectados pelo coronavírus e impossibilitados de exercer as suas atividades profissionais.
Além disso, a crise sanitária ainda modificou completamente o comportamento de compra dos consumidores, causando mudanças significativas no ritmo de escoamento das cargas.
Inicialmente, ocorreu um acúmulo de produção, pois os consumidores frearam as suas compras e os canais de venda passaram a vender menos. O ritmo começou a voltar com o crescimento das vendas on-line.
Como a indústria pode agir para contornar os impactos?
Um dos principais fatores que podem auxiliar o setor industrial em uma retomada é a transformação digital. Adaptar-se ao cenário e aderir a alternativas tecnológicas pode ser uma saída atraente para a indústria durante a pandemia.
Diversos são os benefícios trazidos pela transformação digital para este setor, que foi um dos mais impactados pela pandemia no Brasil. Otimizar a produção, beneficiar operações e agilizar processos são algumas das possibilidades.
Eletricidade
Os custos com energia elétrica são consideravelmente altos e são, em boa parte das empresas, um grande gargalo. Entretanto, soluções tecnológicas podem auxiliar em um consumo eficiente dos recursos e na economia geral do negócio.
Diversas empresas se fortaleceram no mercado por entregar serviços de geração de energia através de placas fotovoltaicas, iluminação de LED e gestão de energia de forma remota.
Além disso, a implantação de tecnologias relacionadas à internet das coisas (IoT) também pode auxiliar na utilização eficiente de energia elétrica e na diminuição dos custos.
Para se ter uma ideia, algumas empresas prometem entregar uma economia de até 90% com a implantação dos sistemas de geração de energia, somados à instalação de lâmpadas LED e outros equipamentos mais econômicos.
Robótica
Com a necessidade de reduzir a quantidade de funcionários operando de forma simultânea dentro das fábricas, alternativas mecânicas podem ser mais úteis e eficientes na tentativa de manter a produção rodando perfeitamente.
O distanciamento social implicou no aumento da demanda das indústrias na procura por braços mecânicos e outros protótipos robóticos que podem substituir a ação humana.
De modo geral, a implantação dos robôs também entrega um aumento na produtividade e na confiabilidade do processo produtivo. Os objetos mecânicos podem trabalhar ininterruptamente com um padrão exato a ser seguido.
Atuação da CNI na retomada
A Confederação Nacional da Indústria foi um importante agente na leitura do mercado como um todo e no auxílio das empresas para agir no processo de retomada da economia.
Em setembro de 2020, inclusive, a confederação escreveu um documento chamado “Propostas para a retomada do crescimento econômico”, onde listou ações que, se executadas, auxiliariam o país no retorno ao crescimento.
Na proposta, os seguintes itens foram listados:
- Modernizar a tributação indireta por meio de uma reforma do sistema tributário;
- Aprovar a Nova Lei do Gás Natural;
- Promover uma reforma administrativa;
- Adaptar a tributação de renda corporativa às novas regras globais;
- Aprovar o marco legal nacional para o licenciamento ambiental;
- Avançar em medidas de curto e médio prazos de modernização, simplificação e eficiência das relações de trabalho;
- Reduzir os custos e aumentar a competitividade do setor elétrico;
- Priorizar o financiamento à modernização industrial e ao comércio exterior na política operacional do BNDES;
- Regulamentar o artigo 10-B da Nova Lei de Saneamento Básico;
- Garantir o aumento e a estabilidade de recursos para Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação (PD&I);
- Modernizar o financiamento público às exportações;
- Reduzir a burocracia e os custos do comércio exterior;
- Instituir mecanismo de depreciação acelerada;
- Instituir o marco legal da recuperação judicial das micro e pequenas empresas.
Inovação
Este é um quesito que, infelizmente, a indústria Brasileira precisa melhorar para que seja caracterizada como parte conectada à Indústria 4.0, algo que já é realidade em outros países.
Os fatores supracitados como robótica e internet das coisas são determinantes para o crescimento da indústria durante a pandemia. Um índice importante para ser monitorado é o Índice Global de Inovação (IGI).
Segundo este indicador, o Brasil ocupa a 62ª posição do ranking dos países mais inovadores do mundo. O top 10 é formado por países predominantemente europeus, porém, com a presença de EUA e Coreia do Sul na lista.
Aumento nos investimentos
Com um cenário de esperança e previsão de retomada em 2021, 82% das grandes empresas pretendem realizar investimentos. Os dados foram reportados pela Confederação Nacional da Indústria.
Os objetivos de investimento são vários, com destaque para a melhoria do processo produtivo e para o aumento da capacidade produtiva, que somam quase 70% das intenções das empresas.
A expectativa do IBGE é boa
Segundo uma pesquisa divulgada pelo IBGE, que foi elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), diversos setores da economia brasileira devem crescer em 2021.
O destaque fica para o setor de investimentos, que tem uma previsão de crescimento de 4,8 pontos. Em segundo lugar, o setor de transformação fica com 4,2 pontos de expectativa.
Ainda nessa pesquisa há uma expectativa de crescimento de 2,9 para a indústria durante a pandemia, índice que a coloca na oitava colocação do ranking geral.
O ranking completo ficou da seguinte forma:
- Investimento: 4,8;
- Transformação: 4,2;
- Importação: 4;
- Consumo do governo: 3,8;
- PIB: 3,5;
- Serviços: 3,5;
- Consumo de famílias: 3,4;
- Indústria: 2,9;
- Agropecuária: 1,7;
- Extrativa: 1,6;
- Exportação: 1,6;
- Construção civil: 1;
- Eletricidade e outros: 0,9.
Conclusão
O cenário atual da indústria nacional é de retomada. Com as necessidades de avanços tecnológicos e a adaptação com o cenário, a indústria durante a pandemia pode obter um crescimento gradativo novamente.
Todavia, todo esse sentimento de esperança pode ser potencializado com o progresso na vacinação da população, fator que pode devolver às indústrias a sua capacidade de produção e a retomada da economia como um todo.
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