cerebro marketing

Thiago Souza

Thiago Souza

24 de janeiro de 2019

Neuromarketing: O réptil sempre vence

A chave para o sucesso em qualquer negócio é o entendimento da psicologia humana. Todos os seres humanos têm os mesmos gatilhos, que os conduzem para determinadas ações. Para influenciar seus consumidores você precisa compreender quais são esses gatilhos e como utilizá-los em sua comunicação.

Uma mistura de diferentes áreas do conhecimento (como neurologia, marketing e psicologia) é o que resulta no que conhecemos como neuromarketing.

As tomadas de decisões do consumidor são muitas vezes irracionais, determinadas subliminarmente.

Por que você comprou determinado produto? Por que paga mais caro por ele? Por que sente-se mais bonito usando a marca “X” ou “Y”? O que essas pessoas, marcas ou produtos possuem que faz com que todos queiram fazer negócios com eles?

Antes de buscarmos respostas, devemos dar uma breve explicação sobre o funcionamento do nosso sistema nervoso.

Os três cérebros

Por mais que nosso cérebro seja apenas um órgão, seu funcionamento é bem fragmentado. Nosso cérebro possui distintas áreas, cada uma responsável por funções específicas.

No início da década de 70 o neurocientista Paul MacLean elaborou uma teoria chamada de “Teoria do Cérebro Trino”, que foi apresentada em seu livro“The Triune Brain in Evolution: Role in Paleocerebralfunctions”. Ele afirma que temos 3 unidades cerebrais, cada qual desenvolvida em um estágio diferente da evolução humana.

Essas unidades cerebrais são: a reptiliana, a límbica e o neocórtex.

O neocórtex é o cérebro racional. Ele é responsável pela inteligência e capacidade de raciocínio. É o que faz o homem ser homem e não apenas um animal dotado de instinto.

Já o cérebro límbico ou cérebro emocional, desenvolvido em um estágio anterior de evolução, é o sistema responsável pelo controle emocional, bem como das funções de aprendizado e memória.

Nosso cérebro mais primitivo é o reptiliano, responsável pelas funções mais básicas da existência (como sobrevivência e reprodução) ou funções de sobrevivência (como fome, sono, sede, frequência cardíaca, etc).

Mas o que isso interessa para nós estudiosos do marketing?

Os instintos primitivos aplicados ao marketing

Bom, a ciência do neuromarketing, descobriu neste cérebro algo muito valioso para nós!

Podemos “hackear” as decisões de compra do consumidor!

Nosso cérebro mais primitivo é instintivo, egoísta e se preocupa apenas consigo mesmo, apenas com nossa sobrevivência. Ele atua de maneira inconsciente, é irracional e você não pode monitorar seu funcionamento. Através do neuromarketing, podemos nos aproveitar dessa irracionalidade instintiva para VENDER MAIS! 

Porém, enquanto o primitivo cérebro reptiliano é um de nossos maiores aliados, o neocórtex é um de nossos piores inimigos. Por quê? Pois, ele é racional. Ele o faz pensar, raciocinar e ver se realmente faz sentido você comprar determinado produto ou serviço.

“Oi, quer comprar minha torradeira portátil elétrica por R$ 400?”

“Hum… é, não.”

Então temos que driblá-lo, correto? É aí que o estudo do neuromarketing e suas técnicas de venda entram: quando você sabe “conversar” diretamente com o cérebro reptiliano, de forma subliminar, você encontra um atalho para a decisão de compra.

Como utilizar o cérebro primitivo para o marketing

O cérebro reptiliano primitivo é especialista em afastar a dor e buscar o prazer.

Buscamos o prazer inclusive quando nos submetemos à dor. Exemplo: o maratonista que corre quilômetros por dia apenas pelo prazer que isso lhe causa, ou um bodybuilder que mesmo sofrendo levantando centenas de kilos de ferro, acaba fazendo isso pelo prazer posterior.

Mas cuidado, não é todo mundo que associa prazer com levantar pesos ou correr, por isso é fundamental que você conheça seu público.

Pessoas compram sensações, elas não compram coisas. Lembre-se disso. A mente é quem toma a decisão de compra, então se você souber como a mente funciona, você tem o poder de influenciar nas decisões das pessoas.

Muito provavelmente você já tenha se deparado com aquele prestador de serviços ou com aquele produto que parece um verdadeiro ímã de vendas. Todos o querem, pois todos querem a sensação que ele proporciona. Talvez você já tenha conhecimento de produtos em que foram investidos milhões em publicidade e eles fracassaram.

Acontece que milhares de pessoas todos os dias colocam seus produtos ou serviços no mercado sem um correto entendimento de como vão comunicar para o público sobre as dores que eles eliminam com seus produtos. Não é efetivo mandar dezenas de milhares de mensagens se nenhuma delas penetra no cérebro do consumidor.

Ou seja, conheça muito bem as dores de seu público e tenha a técnica necessária para comunicar que seu produto ou serviço é a solução para essa dor. 

Essas técnicas nunca ficarão obsoletas, pois nosso cérebro reptiliano não pensa, não sente e não aprende com seus erros. Reiteramos aqui que sua função é agir nas funções mais básicas de sobrevivência e reprodução. 

Gatilhos do cérebro reptiliano

Nós podemos afirmar que o neuromarketing é o DNA das vendas, você conhecendo a mente do consumidor saberá exatamente como influenciar em suas decisões.

Agora que você já sabe o básico do que importa para o cérebro reptiliano — que é a busca pelo prazer e o afastamento das dores —, você já pode mergulhar em algumas particularidades da sua funcionalidade.

Alguns dos gatilhos mentais do cérebro reptiliano a serem explorados são: egocentrismo, egoísmo, ativação pelo contraste, pela familiaridade, busca pelo começo e fim.

Egocentrismo

Sobre o egocentrismo, faça o seguinte raciocínio: os animais são egoístas, buscam sua sobrevivência e perpetuação da espécie. Tudo que atrapalhe isso será visto como uma ameaça. O cérebro reptiliano realmente acha que você é o centro do universo. Por ser extremamente autocentrado considerações sobre os outros não irão afetá-lo. O cérebro primitivo não está nem aí para os outros, não sente empatia, e não ama. Qualquer coisa que não diga respeito ao centro do eu, e que não esteja afetando diretamente a sobrevivência ou seus prazeres, não ganhará sua atenção.

Contraste

Gordo/magro, feliz/triste, lento/rápido, doente/saudável, pobre/rico, contraste, é isso que seu cérebro primitivo gosta de ver. Isso se dá por um simples motivo: o contraste é um meio de decisões seguras e rápidas, que poupam esforços e estão corretas. Pelo menos é assim que seu cérebro reptiliano pensa. Se você não utilizar contraste você irá cair de novo nas mãos do cérebro racional, nós já falamos que isso não é uma boa ideia né?

Outro ponto muito interessante é que o contraste pode ser usado de uma forma diferente e muito efetiva. O contraste, se utilizado da forma correta, pode criar uma nova “gaveta mental” na mente do seu consumidor, ou seja, um quadro em branco onde você irá pintar o que quiser, isso faz com que você possa se destacar da concorrência ou até mesmo criar uma nova modalidade para seus serviços ou produtos.

Quer um exemplo simples? É carnaval e estão todos fantasiados de super-homem, spiderman, thor, etc e você é o único que aparece na folia vestido de banana, sim de banana. Quem você acha que ganhará atenção das pessoas, centenas de fantasias de iguais de super-homem ou você, a única banana do ambiente?

Okay, vamos dar mais uma dica incrível sobre contraste. Imagine as redes sociais de restaurantes de uma cidade, todos fazem praticamente as mesmas coisas: postam fotos de seus ambientes, fotos das comidas, oferecem produtos, fazem boas ações, são politicamente corretos, anunciam.

Pense em outra situação. Imagine um restaurante dessa mesma região que compete exatamente pelo mesmo público. E se esse estabelecimento descobrisse quais as bandas favoritas de seu público e começasse a compartilhar em suas redes vídeos, frases e curiosidades sobre a banda? É, eles iriam ganhar a atenção das pessoas.
(Já que falamos sobre redes sociais, você sabe fazer uma linha editorial? Vamos deixar um blog incrível de como fazer uma da maneira correta!)

Você está conseguindo entender o poder que tem o contraste além de ativar o processo decisório do consumidor? Saiba como usá-lo e você sairá vencedor.

Tangibilidade

Saíndo do contraste, vamos falar sobre tangibilidade. O cérebro reptiliano gosta do que familiar e amigável, do que ele já conhece. Daquilo que ele sabe que é seguro, do que não é uma ameaça a sua sobrevivência. De forma superficial vamos resumir isso a você ser simples em sua comunicação.

Este nosso cérebro não consegue processar conceitos difíceis, técnicos, qualquer mensagem que seja complicada, que o faça pensar muito, raciocinar. Sabe o que acontece quando ele tem que raciocinar né? Ele chama o seu inimigo, o neocórtex. Não faça o cérebro primordial desconfiar de sua mensagem.

Acredito que agora você tem o poder em mãos (ou ao menos sabe onde encontrar). Nosso cérebro primitivo é a fonte para você começar a mudar por completo seus negócios e a ver o mundo do business de uma forma diferente.

Outro lugar muito importante que você precisa visitar para encontrar muito mais conhecimento é em nosso canal no youtube. Nós também temos uma linha de podcasts incríveis para você!

Tudo nos negócios é o conhecimento da mente humana, quando você descobrir os segredos dela você irá transformar sua empresa para sempre.

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