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Mauricio Schwingel

Mauricio Schwingel

22 de agosto de 2023

Estratégia da Apple para se tornar a principal marca de tecnologia não corporativa

Conheça mais sobre a estratégia da Apple, que transformou o sonho de dois jovens engenheiros em realidade. Uma realidade que conta com fãs ao redor do mundo e revoluciona o mercado de tecnologia com cada lançamento

A Apple é, inegavelmente, a maior marca de tecnologia para consumidores diretos do mundo. Seja com o Mac, Iphone ou Apple Watch, a maçã americana sempre consegue surpreender seus fanáticos fãs ao redor do globo. 

Sim, a Apple é uma das poucas marcas no mundo que pode afirmar ter fãs. E não são poucos. A empresa começou tendo apenas um produto e ao longo da sua história, foi diversificando seu portfólio.

Mas isso também trouxe muitos desafios para a marca. Vamos conhecer alguns deles ao longo desse artigo. 

O começo da Apple 

Para muitos, a Apple é a marca mais inovadora de todos os tempos. Dessa forma, é inegável que a marca foi disruptiva desde a sua origem e revolucionou o mercado de tecnologia e eletrônicos. E assim, também mudou como bilhões de pessoas se relacionam com a tecnologia. 

Mas para entender essa jornada, precisamos voltar alguns anos. Mais especificamente, para 1976

O primeiro produto Apple 

A Apple foi fundada em 1976, por Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne. A criação da marca foi decorrência da criação do Apple-I. Jobs e Wozniak eram conhecidos como os dois Steve’s e foram responsáveis por levar a empresa ao topo do mundo. 

Todavia, os dois se conheciam desde antes da Apple. Os dois formavam uma dupla dinâmica e sempre tiveram um fortíssimo senso de criatividade. Antes do Apple-I, eles estavam trabalhando em um projeto chamado “caixas azuis”, focado em permitir que as pessoas pudessem fazer chamadas de longa distância de graça. 

Posteriormente, eles largaram a faculdade, preferindo focar no trabalho. Jobs trabalhava para a Atari, enquanto Wozniak foi contratado pela HP. Em 1975, os dois se uniram ao Homebrew Computer Club.

Tirando inspiração do computador da MITS que havia lá, Wozniak começou a criar seu próprio computador. E assim nasceria o Apple-I. Steve foi o primeiro a visualizar um computador que parecia um híbrido de uma máquina de escrever com uma televisão. 

A ideia de um teclado unido a uma tela tem sido copiada por todas as marcas desde então. Mais adiante, Jobs reconheceu o potencial do Apple-I e resolveu vender a ideia de negócio para Wozniak e Wayne, com quem trabalhava na Atari. 

Os dois abraçaram a ideia de criar uma empresa de computadores. Dessa forma, os três formaram uma parceria e batizaram a nova empreitada da Apple. 

Muito se especula sobre o motivo do nome da empresa ser esse. Porém, o próprio Jobs admitiu que escolheu o nome por ser divertido e carismático ao mesmo tempo. Isso por si só já prova como Steve sempre teve um talento muito apurado para marketing. 

Os primeiros problemas financeiros da Apple 

Os jovens empreendedores conseguiram financiar seus projetos iniciais vendendo itens pessoais. Jobs vendeu a sua van da Volkswagen e Wozniak vendeu sua calculadora da HP. Ambos produtos eram bastante caros e foram suficientes para gerar caixa suficiente no momento inicial do negócio. 

Wozniak era responsável por construir cada computador da empresa de forma manual. Enquanto isso, Jobs era responsável pelo marketing da empresa e Wayne cuidava do que tangia o administrativo

Porém, um desafio se provou constante: a falta de recursos. Apesar de ser um desafio normal para qualquer negócio no seu começo, a situação da Apple era grave devido à necessidade de comprar as peças para a montagem dos Apple-I. 

O problema foi resolvido quando Jobs negociou com a Byte Shop, que compraria os computadores prontos. Steve fez com que a loja comprasse as peças da Kramer Electronics, prometendo o pagamento depois de 30 dias. 

Durante esses 30 dias, a Apple precisava vender computadores suficientes para levantar o dinheiro e pagar a dívida. Apesar de terem tido sucesso, esse período ficou marcado na história da empresa. 

Wayne abandonou a companhia, vendendo 10% das suas ações para os “Steve’s”. Além de não estar pronto para correr o risco necessário naquele momento, ele vinha de uma experiência desastrosa com empresas cinco anos antes. 

Como a Apple aumentou a qualidade dos seus produtos? 

A produção do Apple-I se iniciou em abril de 1976. E até setembro do ano seguinte, Jobs e Wozniak conseguiram vender duzentos computadores. Porém, o primeiro produto da Apple tinha os seus problemas. 

O primeiro computador da empresa era essencialmente uma placa eletrônica que poderia ser conectada a um teclado separado e um monitor. Se você o visse hoje, jamais diria que aquilo é um computador. 

A placa não tinha nenhum compartimento. Ou seja, os fios e baterias ficam à mostra. Como consequência, é possível afirmar que visualmente, o primeiro computador da Apple não era muito interessante. 

Outro problema era que, quem comprasse o Apple-I, precisaria comprar um teclado e um monitor separados. Apesar de ser uma prática normal na época, isso deixava a experiência de possuir um computador muito mais cara. 

Contudo, Jobs tinha uma ideia para mudar isso. Reconhecendo as suas falhas, a Apple lançou o Apple-II em 1977. O novo computador vinha com suporte e a placa estava coberta. Além disso, havia um teclado anexado ao computador. 

Por conseguinte, os produtos da Apple passaram a ter um visual mais atraente. Além disso, o DNA visual da empresa começou a ser construído ali. 

Todavia, o visual não era o suficiente. Em termos de usabilidade, o Apple-II não estava no mesmo nível dos seus concorrentes. Sendo assim, empresas como IBM e DEC corriam na frente quando o assunto era performance. 

A única coisa que você podia fazer com o computador, nas suas fases iniciais, era escrever e executar códigos na linguagem mais básica da programação. Dentro dessa realidade, a inovação veio de dentro da própria empresa. 

A inovação responsável pelo sucesso do Apple-II

Dan Bricklin se tornou o cavaleiro da armadura dourada dentro da Apple. Ele criou o primeiro programa de planilhas para computador. Dessa forma, o Apple-II já vinha com esse programa instalado e isso se provou extremamente útil para empreendedores. 

As escolas também gostaram dessa inovação e começaram a expor seus alunos a ela. Desse modo, as vendas do Apple-II explodiram dentro dos nichos de educação e negócios. Ambas áreas queriam muito investir no computador que se provava extremamente útil. 

Além disso, o computador inovador da Apple também se destacava pelos seus gráficos coloridos. Ou seja, a atenção à experiência do usuário, que virou uma marca registrada da marca, já estava presente nos primeiros produtos. 

A Incorporação da Apple 

Apesar de estar passando por algum sufoco no aspecto financeiro, a Apple seria recompensada em breve. A empresa atraiu a atenção do grande empresário Mike Markkula. Ele criou um grande interesse pelos computadores da Apple. 

Markkula sugeriu que Jobs e Wozniak incorporassem a Apple. Os “Steve’s” seguiram a dica e assim nasceu a Apple Computers, Inc. em 1977. Além disso, o empresário ainda investiu US$91 mil na empresa. 

Se não bastante o investimento, Markkula conseguiu uma linha de crédito de US$250 mil com o Bank of America. Fazendo isso, ele se transformou no primeiro grande investidor da Apple. 

Com dinheiro em caixa, a empresa continuou focando na produção do Apple-II. Sendo assim, nos meados de 1980, a Apple começou a ver os bons resultados e com o sucesso, decidiu ir a IPO

O IPO da Apple 

No final de 1980, a Apple vendeu 4,6 milhões de ações, custando US$22 dólares cada. O IPO da época foi um sucesso absoluto, gerando um valor histórico, ultrapassando os US$100 milhões de dólares e se tornando o maior desde o IPO da Ford Motor Company

O alto valor investido e a empolgação gerada dentro do mercado demonstraram que a Apple havia chegado para ficar. Além disso, esse era só o começo de uma trajetória que iria mudar o mundo para sempre. 

O primeiro grande aprendizado da Apple foi entender como oferecer benefícios nunca vistos antes para seus consumidores. Enquanto o Apple-I era uma cópia dos computadores que já existiam, o Apple-II quebrou o molde existente até então. 

Para isso, a empresa trouxe um visual extremamente inovador e programas que se provaram úteis para os usuários. Através dos problemas do primeiro computador, Jobs criou a estratégia de marketing do próximo modelo. E isso se provou um sucesso. 

A estratégia de marketing da Apple

Futuramente, em 1984, a Apple entrou para a história com o seu comercial anunciando o Macintosh. Contudo, a jornada do Macintosh não foi simples. 

A empresa encontrou sérias dificuldades na criação dos dois produtos que sucederam o Apple-II. Mesmo assim, a marca foi capaz de aprender importantes lições ao longo do caminho. 

Antes do Macintosh: os próximos produtos da Apple

Hoje isso pode parecer estranho, mas nem todos os produtos da Apple foram sucessos imediatos. Antes do triunfo do Macintosh sobre o mundo da tecnologia, a empresa lançou o Apple-III. Esse novo computador foi desenhado pensando nas necessidades dos empreendedores. 

Ele dava a opção de utilizar letras maiúsculas ou minúsculas no teclado e veio com um sistema operacional mais avançado chamado Apple SOS. Dessa maneira, o produto se provou insuficiente para as necessidades do mercado. 

Logo após seu lançamento, o Apple-III começou a apresentar instabilidade. Isso fez com que eles precisassem ser consertados. Dessa forma, a reputação do computador foi jogada na lama. 

Os líderes da Apple tomaram a decisão de incorporar as novidades do Apple-III ao Apple-II e vender com o antigo nome. Depois do fracasso, o Apple-Lisa foi lançado. Esse foi o primeiro computador com uma interface gráfica. 

Jobs se inspirou no PARC’s da Xerox. Ele previu que esse seria o futuro dos computadores. Dois times da Apple estavam trabalhando ao mesmo tempo, no mesmo computador, utilizando a interface GUI. O primeiro time estava trabalhando no Apple-Lisa e o segundo lançou o Macintosh logo depois. 

Apesar de ter diminuído o número de botões do seu mouse, o Apple-Lisa ainda era muito caro. Por isso, ele acabou se provando um grande fracasso. Para piorar a situação, devido a sua empolgação, Jobs acabou ignorando as estruturas do time de desenvolvimento e isso gerou desentendimentos. 

No final, Jobs foi removido do time. Ou seja, nem tudo foram acertos na vida do gênio da Apple. Porém, alguns males vêm para o bem: ao ser removido do time do Apple-Lisa, Jobs focou seus esforços no Macintosh e isso se provou essencial para o lançamento. 

A Apple lança o Macintosh 

O lendário Macintosh foi o primeiro de uma linha de computadores vendida até hoje. A sua versão móvel, seja o MacBook Pro e o MacBook Air, são sucessos ao redor do planeta. 

Mas o que tornou o Macintosh tão especial? Além de ter um nome divertido, o novo produto chegou no mercado com ferramentas que seus antecessores não possuíam. 

Adicionalmente, era quatro vezes mais barato do que o Apple-Lisa. O time responsável pelo novo produto era comandado por Jeff Raskin, que batizou o novo computador com o nome do seu tipo de maçã favorita: McIntosh. 

Infelizmente, após se juntar ao time, Jobs e Raskin tiveram uma disputa e isso levou a saída de Jeff. Dessa forma, o Macintosh foi lançado com Jobs no comando. 

O que transformou o Macintosh em um sucesso? 

O novo produto também era menos complexo e fazia um uso inteligente do seu hardware. Isso foi essencial para que ele pudesse ser lançado de forma muito mais barata. 

A linguagem visual do novo computador também é inovadora. Susan Kare foi quem direcionou esse produto, criando ícones que são utilizados até hoje. 

O Macintosh também era um computador bonito. Tão bonito que até enquanto estava desligado, ele chamava atenção. Assim, como todos os produtos da linha Apple, tirando o Apple-I, havia ali um foco no visual e na identidade da marca

Dessa forma, quando foi lançado, o novo computador da Apple foi um sucesso. Mas o sucesso do Macintosh também passou por uma estratégia de marketing que iria ficar marcada na história. 

A estratégia de marketing da Apple: a campanha 1984

Uma das campanhas mais famosas da história do marketing foi intitulada “1984”. Utilizando o nome da obra de George Orwell, a Apple criou uma narrativa que permitiu alinhar a imagem da marca com a liberdade e inovação

Porém, a produção dessa propaganda não foi barata. Especialmente porque a Apple planejou lançar o comercial durante um dos intervalos do SuperBowl

O slogan da propaganda era “Em 24 de janeiro, a Apple Computer irá lançar o Macintosh. E você verá porque 1984 não será como o livro”. Após o lançamento inicial durante o SuperBowl, o comercial foi lançado em diferentes canais de TV. 

Apesar de parecer estranho hoje, houveram algumas disputas dentro do time de marketing da Apple sobre se o comercial deveria ser lançado na TV ou não. Ao final, eles decidiram arriscar. E foi um grande acerto. 

Sendo assim, as vendas do Macintosh explodiram. E o famoso comercial continua popular até hoje. Ele é considerado por muitos especialistas como o melhor comercial de todos os tempos. 

Isso ensinou uma importante lição: Os comerciais servem para criar associações entre o produto e a mensagem dele. Se aproveitar a distopia de 1984 e lançar o computador no mesmo ano em que o livro se passa foi genial.

Isso permitiu que a Apple vendesse a ideia de liberdade e liberação. Dessa forma, a mensagem foi relevante e evocou muitos sentimentos, especialmente em quem já conhecia a história do livro. 

A luta da Apple contra seus competidores

Desde o seu início, a Apple é uma marca cara. Isso sempre significou que os seus competidores pudessem vencer a marca em vendas, oferecendo produtos mais baratos. Dessa maneira, a marca enfrentou uma competição enorme com a Microsoft, devido ao Windows, que seria o software mais utilizado do mundo. 

Por consequência, a Microsoft continuou crescendo e aumentando o seu valor de mercado. Isso era preocupante para os líderes da Apple. Por isso, diversas táticas foram utilizadas para manter a marca relevante. 

Os problemas internos da Apple 

Um dos grandes problemas que a marca enfrentou após o lançamento do Macintosh foram as disputas internas de poder. Quando Mike Markkula se aposentou, Jobs contratou John Sculley para assumir como CEO da empresa. 

Sculley havia sido CEO da Pepsi e para convencê-lo, Jobs fez a seguinte pergunta: “Você quer vender água açucarada pelo resto da vida ou quer mudar o mundo?”. Isso foi o suficiente e em 1983, Sculley assumiu como CEO da Apple

Porém, depois de dois anos, Jobs e Sculley se envolveram em uma disputa de poder. Enquanto Steve queria cortar os preços do Macintosh, John insistiu em manter os mesmos preços. 

Além disso, o CEO queria investir no Apple-II, uma vez que ele era uma fonte estável de renda para a empresa. Por outro lado, Jobs foi contrário a isso, querendo focar os esforços da marca no potencial do Macintosh. 

A disputa chegou ao seu auge quando Jobs tentou derrubar Sculley através dos sócios da marca. O plano falhou, porém John foi informado da tentativa e, dessa forma, Jobs foi removido do seu cargo de design de computadores em 1985. 

O CEO da empresa transformou Steve no embaixador da Apple. Na prática, isso significava que Jobs havia perdido o seu poder dentro da Apple. 

Envergonhado com a situação, Jobs pediu demissão e criou outra empresa. A NeXT foi fundada com vários ex-funcionários da Apple que seguiram Jobs na sua saída. Porém, antes da saída de Steve, aconteceu um evento importante. 

A Apple domina o mercado de desktops 

O Macintosh, apesar de ser um sucesso, ainda precisava de alguma aplicação que o tornasse especial. Isso se tornou real quando a Apple lançou a LaserWriter, sua primeira impressora. 

Essa foi a primeira impressora do mercado a utilizar a linguagem Adobe PostScript. Consequentemente, isso se tornou uma tradição que segue sendo utilizada em impressoras até hoje. 

O que a LaserWriter tinha de mais especial era que 31 usuários tinham acesso a ela ao mesmo tempo. Dentro da Apple, a empresa conseguiu conectar 40 usuários, o que foi revolucionário. 

A Apple introduz a política do “55 ou mais” 

O principal problema entre Jobs e Sculley era como eles viam os preços da Apple. John acreditava que como os preços da Apple já eram altos, era impossível diminuí-los sem afetar o lucro da empresa. Ao invés de vender os produtos a um preço amigável ao consumidor, Sculley e o resto do time da Apple decidiram modificar o público alvo da empresa.

Mirando no mercado de alto padrão, a Apple começou a vender seus produtos com uma margem de lucro de 55% ou mais. Porém, esse valor se justificava pela quantidade de ferramentas úteis que seus produtos continham. A estratégia se provou vencedora durante boa parte dos anos 80, com o sucesso do Macintosh. 

Apesar disso, em 1989, devido à quantidade enorme de clones que começaram a aparecer no mercado, as vendas da Apple começaram a cair. No natal do mesmo ano, a empresa viu suas ações caírem em 20%. Os competidores deixaram a Apple nas costas e estavam prontos para o nocaute. 

O que a Apple precisava era de um produto inovador e uma revisão na sua política de preços. Os clientes estavam abandonando a marca e o futuro não parecia próspero. 

A Apple lança produtos com preços acessíveis 

Os líderes da empresa estavam cientes da situação. Sendo assim, a solução era o lançamento de produtos mais baratos. Esses produtos eram o Macintosh Classic, Macintosh LC e o Macintosh IISi. Esses lançamentos deram origem ao que ficou conhecido como era de ouro do Macintosh, entre 1989 e 1991.  

A Apple foi além e lançou o PowerBook em 1991. Ele se tornaria o arquétipo de todos os laptops que vieram depois dele. 

A Apple já tinha criado uma ótima imagem de marca através dos anos e os consumidores estavam sedentos pelos produtos mais acessíveis da empresa. Apesar da competição, a Maça havia voltado ao seu lugar como referência. 

Dito isso, as coisas ainda não estavam boas. As vendas dos produtos mais baratos haviam decolado, mas, por consequência, os produtos mais caros estavam sendo ignorados. 

A solução da empresa foi lançar três diferentes marcas. Cada uma com foco em um público alvo. E cada uma delas iria vender diferentes variações dos mesmos produtos com preços diferentes. 

As três novas marcas Apple 

Sendo assim, nasceram a Quadra, Centric e Performa. A última foi criada focando em pessoas que utilizam seus computadores em casa. 

Eles eram vendidos dentro de lojas de departamento, o que permitiu que a Apple conquistasse um novo e mais amplo mercado. Porém, a ideia das três marcas se mostrou confusa para a maioria dos clientes. 

Como resultado, a Apple lançou um infomercial de meia hora para educar seus clientes sobre as diferentes marcas. Apesar da alta qualidade do comercial, a sua duração exigia uma paciência e engajamento que muitos clientes não tinham. 

Para piorar a situação, a Microsoft estava se preparando para lançar o Windows 3. Tanto o Windows 1 quanto o 2 não estavam no nível da Apple. Contudo, a sua terceira edição tomou conta do mercado a partir do seu lançamento. E isso forçou a Apple a agir rapidamente. 

Apple vs Microsoft 

Em 1988, como tentativa de manter a sua posição no mercado, a Apple processou a Microsoft. O argumento da maçã era que o visual genético do sistema da Microsoft era uma cópia do seu. 

E por isso, ele estava infringindo os direitos autorais da marca. A corte rejeitou as acusações e obrigou a Apple a trazer argumentos mais específicos. 

A empresa voltou com uma enorme lista de acusações, com 189 itens. Mesmo assim, a corte rejeitou a grande maioria deles, com exceção de 10 itens. No final, a Apple perdeu o processo em 1992. 

Ao mesmo tempo, a Xerox PARC tomou a frente e processou a Apple pelo uso da sua linguagem de interface. Porém, as alegações também foram negadas pela corte. 

A Apple se une a IBM e Motorola 

A aliança AIM, composta por Apple, IBM e Motorola, nasceu para construir um combo de software-hardware chamado PReP. Isso foi um movimento genial da Apple, uma vez que fez com que eles pudessem utilizar a experiência de mercado dos competidores. 

Além disso, a aliança também foi essencial para tirar algum valor de mercado da Microsoft. Apesar de ter sido uma grande ideia, o projeto falhou devido a diferentes posições das marcas. 

Todas as três empresas eram corporações gigantes. E todas elas tinham formas de gestão diferentes. Sendo assim, era esperado que houvesse problemas. 

No final, o PReP nunca aconteceu. Porém, isso não foi um fracasso completo, uma vez que a Apple utilizou o processador PowerPC nos seus produtos entre 1994 e 2006. Tudo isso antes do surgimento do OS X. 

A nova estratégia da Apple: diminuir a linha de produtos 

Nos anos 90, a Apple lutou contra seus competidores e isso só foi possível porque a empresa começou a diversificar seus produtos. Até 1997, a Apple não vendeu apenas computadores, mas câmeras digitais, videogames e aparelhos de som portáteis

Entretanto, esses produtos não foram sucessos e acabaram gerando novos problemas. Esses problemas tinham muito a ver com a dificuldade da marca de criar uma imagem positiva para a empresa, além de não conseguir estabelecer uma linha de produtos memoráveis. 

Ainda assim, com o retorno de Jobs para a Apple, uma nova era começou. E ali nasceu a marca que conhecemos hoje

A Apple compra a NeXT

Falando de forma bastante direta: a Apple não estava tão bem quanto esperava. A nova linha de produtos havia sido um fracasso e o sistema operacional da Apple já tinha visto dias melhores. Em 1996, os líderes da empresa decidiram que precisavam de um novo sistema. 

Portanto, a Apple se viu com duas opções: O BeOS e o NeXTSTEP. Ironicamente, ambos haviam sido criados por antigos funcionários da Apple. A empresa escolheu o NeXTSTEP e isso, por consequência, trouxe Jobs de volta para a marca que ele mesmo havia criado anos atrás. 

Mas a Apple não estava interessada apenas em comprar a licença do novo sistema. Ela comprou a empresa toda. Em 1997, a NeXT foi comprada por $429 milhões de dólares, além de $1.5 milhões em ações de mercado

E como esperado, assim que Jobs voltou para a Apple, ele começou a causar problemas. Ele convenceu os sócios da marca que o atual CEO não era competente e os mesmos sócios decidiram colocar Steve como CEO interino. De volta ao posto mais alto da empresa, Jobs começou a fazer mudanças dentro da linha de produtos da Apple. 

De volta a simplicidade: a nova estratégia da Apple 

Voltando a imagem original da marca, Jobs reduziu a linha de produtos. E isso fez com que a Apple se tornasse a empresa que conhecemos hoje. 

Com Steve no comando, a Apple voltou a vender apenas computadores. Dois deles foram reservados para o público geral, enquanto os outros dois eram utilizados por negócios. Jobs também decidiu cancelar diversos outros produtos e cancelou várias licenças que a empresa havia vendido. 

A ideia por trás disso era construir a marca ao redor de um grupo seleto de produtos. E mais do que isso, o foco era também no refino desses produtos para os clientes. Com o fim das licenças, o valor de mercado do sistema operacional da Apple caiu. 

Enquanto antes, a marca dominava 10% do mercado, sem as licenças esse número caiu para 3%. Dito isso, Jobs não se deixou abalar. Ele estava focado em transformar seus planos em realidade.

Por exemplo: Steve conseguiu convencer a Microsoft a investir US$150 milhões na Apple. Para isso, ele garantiu que a sua empresa iria continuar desenvolvendo um software para a Microsoft. 

Além disso, Jobs também não esqueceu do sucesso da campanha “1984”. Pensando nisso, ele lançou outra campanha que mudaria a realidade da empresa. Assim nasceu o “Think Different” (pense diferente). 

A campanha 1984 havia associado a empresa com a ideia de libertação e liberdade. A nova campanha reforça essa ideia, mas também relaciona a Apple a grandes pensadores como Albert Einstein e Mohatma Gandhi

O sucesso da nova Apple ficou comprovado ao final do ano fiscal. Em seu primeiro com Jobs como CEO, a Apple havia subido seus lucros para US$309 milhões

Por consequência, surfando na onda do sucesso, a empresa lançou o iMac em 1998. E o sucesso foi imediato, devido ao seu preço atraente. 

As inovações da Apple na entrada do século XXI

A Apple havia voltado ao caminho do sucesso e com a chegada do novo século, o sucesso se tornou lendário. Nos anos 2000, a empresa lançou uma série de produtos que iriam quebrar o mercado com uma interface amigável e visual agradável. Mas antes disso, a Apple lançou seu novo sistema operacional: o Mac OS X

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Receita da Apple nos últimos 13 trimestres fiscais. Valores em bilhões de dólares.

A entrada da Apple no mundo da música 

No mesmo ano, a Apple começou a lançar seus novos produtos. O primeiro desses foi o iPod. Com os seus botões em formato de roda e interface agradável, o reprodutor de música foi um sucesso entre os clientes. Além disso, como o produto se relacionava com o iTunes era impressionante. 

No ano seguinte, a Apple lançou o GarageBand. Esse software foi criado para produtores musicais, o que só aumentou a relação da empresa com o mundo da música. E, além disso, a Apple deixou de ser uma empresa que focava apenas nos ouvintes, se tornando essencial para os produtores também. 

Em 2003, Jobs levou o iPod a novos níveis de popularidade. Ele convenceu os CEO’s das 5 maiores gravadoras do mundo a permitirem que a Apple vendesse as músicas dessas gravadoras através do iTunes. 

Os novos processadores da Apple 

Depois de dois anos, a Apple fez outro anúncio importante: os dias do PowerPC estavam contados. O futuro dos processadores da empresa era ao lado da Intel. Dessa maneira, os processadores da Intel estavam em todos os novos modelos, seja o Mac Pro, Macbook ou MacBook Pro. 

Por ser uma empresa de tecnologia, a Apple entendeu que precisava permanecer à frente do seu tempo. Seus novos modelos foram um sucesso e em 2006, a marca foi além. A Apple decidiu ajudar seus clientes a instalarem o Windows XP ou o Vista nos seus Macs. Isso marcou o final da famosa rivalidade entre Apple e Microsoft. 

O futuro da Apple estava ficando claro. Em 2007, Jobs mudou o nome da marca, a chamando de Apple Inc, substituindo o Apple Computers Inc. Isso marcou a mudança da marca, que deixou de focar em computadores para se tornar uma empresa de eletrônicos. 

O nascimento do iPhone 

No mesmo evento em que o novo nome foi anunciado, a empresa apresentou o iPhone. Isso foi seguido pelo lançamento da Apple Store. O iPhone, com seus novos modelos lançados anualmente, permanece como o maior sucesso da marca. Enquanto isso, a Apple Store gera pelo menos 1 milhão de lucro por dia

A Apple continuou focando em aperfeiçoar o iPhone ao introduzir novas ferramentas. O FaceTime foi um dos maiores sucessos ao ser introduzido em 2010. Além disso, a Apple também criou upgrades para o iPod, criando diferentes modelos. 

No próximo ano, a Apple lançou o iPad. Ele rapidamente se tornou um dos principais produtos da marca. Com uma tela enorme e uma interface acessível, o iPad se tornou perfeito para assistir vídeos, jogar videogame e ler. 

A transformação digital da Apple 

Steve Jobs faleceu em 2011. E com isso, Tim Cook se tornou o CEO. Nos anos que se passaram após a morte de Jobs, Cook trouxe diversas novidades para a empresa. Uma delas foi em relação às estratégias da empresa. 

Uma vez que a Apple era como uma filha para Jobs, ele tinha sérios problemas ao delegar a tomada de decisões para outras pessoas. Por outro lado, Cook não queria que todas as decisões tivessem que passar por ele. Isso tornou os processos muito mais rápidos dentro da empresa, aumentando a efetividade das decisões. 

Os anos após o falecimento de Jobs foram focados em melhorar os produtos existentes, trazendo novas funcionalidades para eles. Em 2012, a Apple lançou a Siri e o iCloud. Ambos foram sucessos imediatos e se tornaram parte do que torna a experiência dos usuários da Apple tão diferenciada e amada pelos seus usuários. 

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Divisão dos lucros da Apple em produtos. 

A Apple também voltou a investir em aquisições sob o comando de Cook. Em 2014, a empresa comprou a Beats Electronics, especializada na produção e venda de fones de ouvido e caixas de som. Por isso, os produtos da Beats passaram a ser vendidos nas lojas Apple. 

Ainda em 2014, o lendário Apple Watch foi lançado. Ele nasceu como um acessório de moda, mas ao longo dos anos, ele se tornou um produto chave na linha da empresa. 

O relógio incorporou algumas das principais ferramentas da Apple, além de estar totalmente conectado ao iPhone. Além disso, com o lançamento do Apple Pay e do Wallet App, o Apple Watch se tornou essencial para milhões de pessoas ao redor do mundo. 

A entrada da Apple no mundo das finanças 

A Apple se tornou sinônimo de transformação digital. Ela transformou como o mundo se relaciona com computadores e celulares. Contudo, a empresa também revolucionou outras áreas, como pagamentos bancários e como negócios são operados. 

Em 2012, a Apple lançou o Passbook. Esse aplicativo depois foi renomeado para Wallet, em 2015. Assim, essa aplicação trouxe várias funções e permitiu que os usuários pudessem armazenar coisas como cupons, cartões, presentes e até documentos no aplicativo. 

O Wallet se provou especialmente útil no lançamento de serviços como o Apple Pay e Apple Card. Ele permitiu que os usuários pudessem armazenar seus dados com segurança enquanto realizam pagamentos sem nem mesmo tocar nas máquinas de cartão. 

Crescimento do faturamento vindo de serviços da Apple entre 2012 e 2021. 

A Apple lança o M1 e o M2

Em 2020, a Apple alcançou outro marco. Ela foi a primeira empresa americana a chegar ao valor de mercado de $2 trilhões de dólares. Nesse mesmo ano, a empresa decidiu abandonar os processadores da Intel. Isso se provou ser um movimento acertado, com o lançamento do M1

Até então, a empresa precisava de vários chips para que seus produtos funcionassem. Com o lançamento do M1, diversas tecnologias foram integradas em um chip menor e mais poderoso. 

O M1 se tornou o melhor processador em termos de performance, o que o tornou um sucesso. Além disso, a migração de processadores externos para aqueles feitos pela própria marca fizeram com que o desempenho dos produtos da Apple fosse ainda melhor. 

Posteriormente, a Apple lançou o M2. Com uma CPU 18% mais rápida e uma GPU 35% mais poderosa, o novo processador foi um salto em relação ao M1. Isso foi essencial para que os novos produtos da Apple tivessem uma qualidade nunca vista antes. 

Os apps internos da Apple  

Na última década, a Apple tem dependido dos seus serviços e produtos para trazer lucros monumentais à empresa. Todavia, o que muitos não sabem é que vários desses serviços não estão disponíveis ao público. 

A Apple é bastante privada quando o assunto são as suas operações internas. Mesmo assim, foi descoberto que a empresa criou aplicativos exclusivos para essas operações internas. 

Por exemplo, a Maça tem um jornal digital próprio, veiculado no aplicativo chamado Daily Download. O Inferno, por outro lado, é o aplicativo que garante que seu celular não exploda. Ele desliga o aparelho caso uma certa temperatura seja alcançada. Além disso, também serve para manter os empregados da empresa informados em relação ao desempenho do software/hardware dos seus aparelhos. 

Dessa maneira, muitos outros programas existem para garantir que os funcionários da Apple possam trabalhar de maneira mais organizada e integrada. E apesar de não serem disponibilizadas para o grande público, essas aplicações são essenciais para garantir o desempenho impecável dos produtos Apple. 

Isso nos ensina uma grande lição: o foco na experiência do cliente e dos funcionários pode ser uma vantagem no mercado. Dessa maneira, além de garantir que seus sistemas operem de maneira mais coesa, ter internalizado todos os seus processos permite que a Apple mantenha a sua posição no topo. 

Além disso, ao dar acesso exclusivo aos seus funcionários em diversos aplicativos. Dessa forma, a empresa não apenas garante que o negócio seja bem gerido, mas também mantém seus funcionários motivados. 

Por que a Apple faz tanto sucesso? 

Ao longo dos anos, a Apple lançou produtos marcantes e inovadores. Tudo isso foi permeado por estratégias de marketing robustas que colaboraram para a criação da maior companhia de tecnologia do mundo. Mas como isso aconteceu? 

A visão da Apple 

A Apple preza por trazer produtos únicos ao público, para enriquecer suas vidas. E, além disso, transformar a forma com que eles se relacionam com a tecnologia. “Para criar os melhores produtos do mundo e deixar o mundo melhor do que como o encontramos”. 

A missão da Apple 

O propósito da empresa é deixar a vida dos seus consumidores mais fácil. Assim, inclui desde CEO’s até estudantes. Dessa maneira, a Apple faz isso por meio de uma experiência tecnológica prazerosa. 

“Levar os melhores produtos e serviços para estudantes, educadores, designers, cientistas, engenheiros, pessoas de negócios e consumidores em mais de 140 países ao redor do mundo”. É uma missão que a Apple se orgulha de realizar. 

Estratégias da Apple para o seu negócio 

A Apple, através das décadas, deixou diferentes lições para quem deseja fazer sucesso no mundo dos negócios. Vamos conferir algumas elas: 

Inove até alcançar o sucesso

A Apple começou criando um circuito que vinha sem teclado ou tela. Isso não era uma invenção inovadora. O que foi inovador foi o design do computador, principalmente a partir do Apple-II. Esse modelo se provou conveniente e visualmente agradável. 

Isso criou uma tradição que continua até hoje, passando pelo Macintosh e o iPod. Ambos uniam um visual único a uma experiência de usuário maravilhosa. 

Além disso, a empresa também criou softwares, aplicativos e diferentes soluções que vem com seus produtos, o que só prova a natureza inovadora da marca. Tudo isso, quando colocado junto, faz com que a Apple faça tanto sucesso. 

Utilize estratégias de marketing criativas 

O comercial 1984 da Apple é famoso até hoje. O uso de um livro conhecido em todo o mundo para marcar a chegada do Macintosh fez com que a marca conquistasse seus usuários. Assim, ao associar a marca com as ideias de libertação e liberdade, a Apple se posicionou no mercado como uma empresa disruptiva. 

Nesse sentido, a campanha “Think Different” teve um efeito parecido. Isso mostrou que a marca tem uma mentalidade específica, que está presente nos grandes pensadores da história. 

Dessa forma, quando alguém compra um produto Apple, essa pessoa é atingida por uma série de sentimentos e pensamentos, E eles, inegavelmente, fazem com que a marca seja um sucesso. 

Forneça uma boa experiência aos seus usuários 

O Apple-II foi apoiado pela sua principal aplicação, o Visicalc. Ela foi a primeira planilha digital e foi a razão pela qual escolas e empresas quiseram tanto adquirir o computador da Apple. Da mesma forma, a LaserWriter e o PageMaker foram responsáveis pelo sucesso do Macintosh. 

A Apple entendeu bem cedo que precisava criar uma experiência completa para seus usuários. Dessa forma, a empresa continua inovando seus produtos e adicionando novidades que ajudam a manter as vendas no topo. A Siri é um ótimo exemplo disso. 

Construa uma marca consistente 

A Apple construiu uma marca robusta através do seu marketing durante os anos 90. Contudo, a empresa sofreu para expressar seus propósitos durante esse período. 

Com o retorno de Steve Jobs, a situação melhorou, uma vez que o CEO removeu todos os produtos desnecessários da linha de produção. Isso permitiu que a Apple focasse na sua principal área de atuação. 

Além disso, com um número menor de produtos, foi possível para a empresa se vender como uma marca focada em eletrônicos. A imagem da marca agora estava concisa e a energia da Apple foi colocada no lugar certo. 

Como a V4 Company lhe ajuda a alcançar isso? 

Através de uma estratégia de marketing bem definida, a Apple sempre se manteve em evolução no mercado, até hoje. Dessa forma, para alcançar a excelência no marketing digital na sua empresa, um time especializado e dedicado a isso se faz necessário, seja interno ou terceirizado.

Dessa forma, muitas assessorias e agências de marketing surgem para resolver os problemas do negócio. O seu sucesso para por serem uma opção mais barata, se comparar com o custo de manter um time interno de marketing. Contudo, é necessário saber escolher corretamente os profissionais que vão cuidar da sua marca.

A V4 Company, fundada por Dener Lippert, se tornou a maior assessoria de marketing do Brasil. Por meio de um método exclusivo e comprovado, o tráfego, engajamento, conversão e retenção de clientes são o principal foco da assessoria.

Quer saber mais sobre a V4 Company? Então assista ao vídeo: 

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